SILÊNCIO E PALAVRA
Na liturgia de
nossa Igreja as realidades, Silêncio e palavra, sempre estiveram presentes.
Deus fala em nosso coração através da nossa capacidade de ouvir e sentir. Em
meio às palavras pronunciadas pela assembleia orante, o silêncio desinstala,
nos remete a uma espiritualidade muito além de nossas razões. No entanto, num
mundo marcado pela conectividade, existe espaço para o silêncio em nossa
evangelização através da liturgia?
Bento XVI, por
ocasião do dia mundial da comunição, lançou essa reflexão para toda a Igreja.
Para o Santo Padre, não há dualidade, mas complementaridade entre silêncio e
palavra, que em seu equilíbrio, aumenta, dá consistência e valor a
espiritualidade e a evangelização, principalmente no meio de comunicação. Silêncio
e palavra são duas asas pelas quais a comunicação com Deus acontece em
profundidade e verdade. Constitui um único caminho, em que Deus é o autor,
origem, companheiro de caminhada, meta e porto seguro de toda existência
humana.
Intercalada pelo
próprio Silêncio, Palavra que é sempre nova, que não se repete, pois é o
próprio Verbo a falar, da perene novidade do Eterno que entrou no tempo.
Silêncio é fecundo e gerador, por que dá espaço para a pessoa crescer, para ser
ela mesma. Na base da evangelização esta o convite a fazer a experiência de ser
atingido pela Palavra e de saboreá-la em Silêncio.
O ser humano é
por natureza e vocação um ser relacional. Os meios de comunicação, por exemplo,
além de favorecer o acesso a difusão de conhecimento, também estimula a
convivência humana. Mas no meio desta “aldeia global”, há comunicação, Palavra
e Silêncio ou simplesmente palavras? Bento XVI nos lembra: É no Silêncio que se
identificam os momentos mais autênticos da comunicação entre aqueles que se
amam: o gesto, a expressão do rosto e do corpo.
O Silêncio não
fala, mas significa. A Palavra no Silêncio encontra seu significado e seu
lugar. O cristão torna-se verdadeiramente comunicador na cultura digital quando
faz a experiência do Silêncio e da Palavra em sua própria vida pessoal e
litúrgica. Só assim, nossa mensagem se torna novidade e não mera repetição.
Testemunho de vida e não apenas informações. O êxito da missão do evangelizador
exige a escuta, não só de quem recebe a mensagem, mas também de quem a propõe.
pe Wellington Rodrigues
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