domingo, 7 de agosto de 2011

Padre que ama

"Estes dias atrás teve uma reunião de pais numa escola, e alguns egos inflamados discutiam: “‑ meu filho prestará vestibular pra Medicina, será um grande médico!” – “Ah! Pois o meu quer ser um doutor das leis!” do outro lado outro explanava: - “Eita! Pois o meu quer aproveitar ai copa do mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 para ser engenheiro!”. 

Lá no fundo da sala, tímida, mas muito feliz, uma senhora falou baixinho: “pois o meu quer ser padre...” Assustados, alguns pais se viraram para aquela senhora e a questionou: - Mas, minha senhora, em pleno século XXI, com um mercado de trabalho aquecido, com tantas oportunidades de mercado, o seu filho quer ser um padre? 

Humildemente, com aquele jeitinho simples de quem mora no interior de minas, ela respondeu: 

“- Sim, ele quer ser padre. Mas não entendo o espanto de vocês... meu filho não será médico, mas poderá ser capacitado para curar as principais feridas que faz o mundo hoje padece, as feridas do coração e as da alma. Curando estas feridas, eles procuraram os seus médicos para curarem de forma mais eficaz as doenças do corpo. Meu filho não será nenhum jurista, mas a lei que ele quer propor, e não impor, é uma lei que não abre nenhuma brecha pra injustiça, será uma lei que libertará e trará paz... Meu filho não quer ser construtor de edifícios, um engenheiro, mas, ele quer servir-se de ponte para ligar o nada que cada um de nós trazemos, ao  tudo que Jesus é... ele quer construir homens novos, para um mundo novo, assim, esses homens novos poderão optar por qualquer outra profissão na vida e serem muito felizes. Meu filho não tem nenhuma estrutura financeira como os seus têm, não tem tanto apoio de familiares e amigos, como os seus têm, só que uma coisa ele descobriu e o impulsiona cada dia mais: o Jesus que ele encontrou permitiu a ele uma maneira ousada de antecipar no tempo aquilo que será eterno: ser sacerdote.” 

Naquele momento, ao observar aquele relato simples, mas cheio de significados, fez a sala silenciar.

Essa história não quer desprezar nenhuma profissão, não. Mas, quer colocar no lugar um dom que muitos não compreende.
 
Ser sacerdote é um dom. Um padre, as vezes, tira a orfandade de muitos filhos de pais vivos, é psicólogo, é amigo. Apesar de representar o Cristo, um padre também é humano, cai, erra, mas está enraizado em Jesus e precisa muito de cada um de nós paroquianos para se levantar. É ele quem nos traz o alimento da Vida Eterna, a Eucaristia. Nenhum padre é perfeito, porque a proposta de Jesus é fazer da caminhada dele um caminho rumo à perfeição, assim como é proposto para cada um de nós. E quem disse que um padre não pode amar? O padre pode amar sim, e sabe quem ele ama? Você paroquiano! Assim como Jesus, ele quer também te amar. Um padre ama tanto o seu povo que é capaz de deixar seu pai, sua mãe, e até mesmo a sua própria vida para alimentar um povo que tem fome de amor, fome de paz. Esses homens são humanos, mas são heróis. Vão para as comunidades rurais, engolem poeira, quebram suas conduções, mas ele ama tanto o seu povo que isso não os desanima nunca. Jesus chorou, os padres também choram. Jesus sentiu solidão, os padres também sentem, mas Jesus amou a todos, sem distinção, e os padres assim também o faz. Quantos padres agora, não estão celebrando suas missas, visitando algum doente... 

Que neste dia do sacerdote, possamos rezar, e muito por nossos padres, Padre Roberto, Padre Welligthon, Padre Onofre, Padre Elias, todos os padres que passaram por nossa paróquia, nossos bispos, o Papa e os pastores do mundo inteiro, para que continuem firmes nesse propósito de ser ponte que liga nossa miséria à misericórdia de Jesus."

Autor: Tharlys Fabrício (paroquiano)

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